Por onde começar na avaliação deste livro incrível de Robin Sharma? Parece-me que o início é sempre uma boa opção. Quando o protagonista principal tem um acidente e acaba por vivenciar uma experiência de quase morte, coloca toda a sua vida em análise e perspectiva, o que nos leva, enquanto leitores a criar uma ligação de simpatia pelo protagonista.
Acredito que todos nós, ou pelo menos a grande maioria , sente no seu mais profundo e íntimo ser, que se tal acontecesse connosco, também nós colocaríamos toda a nossa existência até aquele momento em perspectiva, começando-nos a questionar de coisas que até então nos pareciam óbvias. Enquanto leitora fui sendo submersa nesta história de anteconhecimento e auto-descoberta de Jack.
Enquanto deixava as paginas fluírem diante mim, confesso que, fui sentido uma pontinha de inveja por todas as experiências e emoções que o nosso personagem estava a viver.
Em que momento deixamos de ser crianças apaixonadas pela descoberta da vida e de novas aventuras? Em que momento deixamos de sonhar e passamos a acreditar que a vida deve seguir determinadas regras? Quando é que deixamos de acreditar que todos sem excepção, somos capazes de conseguir realizar os nossos sonhos?
Não, a vida não é injusta ou ingrata, eu acredito que a partir do momento em que nascemos temos de experienciar dor e alegria, pois só vivendo um sentimento conseguimos identificar a antítese do mesmos, sem tristeza não há alegria e sem alegria não há tristeza, e essa é a beleza de estarmos vivos, o poder sentir.
Não é porque nos tornamos adultos que a vida deve deixar de ter magia, eu creio firmemente que nós e unicamente nós somos os responsáveis pela nossa felicidade, quando deixámos de nos auto-responsabilizar pelo nosso próprio destino tornamos-nos os sabotadores da nossa própria vida.
Todos devemos respeitar a criança e a essência que há no nosso interior e existem pequenos gatilhos que podemos activar para recuperarmos esse entusiasmo e essa felicidade pura tão característica dos nossos filhos, netos, sobrinhos, primos, irmãos,... No meu caso por exemplo, há algo que está na minha lista de metas para o próximo ano, eu adoro adrenalina, todas aquelas diversões de feirinhas, adoro e apesar de ter vertigens, sou a primeira da fila, não há nada como aquela sensação de frio na barriga que estas experiências me provocam, por isso espero para o próximo ano conseguir saltar de um avião de para-quedas rumo ao infinito.
E conhecendo-me como eu me conheço, só eu sei o quão desafiador isso será para mim, mas é exactamente por isso que me sinto tão atraída pala ideia e é exactamente esse entusiasmo que eu nunca quero perder na minha vida.
Foram várias as frases que me marcaram ao longo deste livro, mas uma em particular marcou-me e foi directa para o meu vision bord cá de casa, "A pessoa mais rica do mundo não é aquela que mais tem, mas aquela que menos precisa", esta frase tem imenso sentido para mim, principalmente com tudo que todos nós temos vivido enquanto sociedade nos últimos meses, isto tornou-se uma jornada pessoal para mim, ter menos e ser mais é algo que cada vez faz mais sentido para o bem de todos, quer seja enquanto indivíduos, quer seja enquanto sociedade é muito mais importante viver do que ter.
Este livro foi de uma leitura apaixonante, cativante e inspiradora e sinceramente aconselho vivamente, já tenho mais dois do mesmo autor na mesa de cabeceira à espera para ser lidos graças a minha cunhadinha que tão gentilmente mos emprestou. :)
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