No mundo actual o que é que significa ter classe? O que é ser elegante? Para cada um existe uma resposta diferente.
Certamente para alguns, ser elegante significa vestir tendência, seguir as últimas modas, viver constantemente actualizando-se e comprando.
Nos últimos anos, temos vindo a assistir a um crescimento desmedido do Fast Fashion, de uma moda volátil, sendo que, as redes sociais têm sido umas das principais propulsoras deste fenómeno que temos vindo a assistir, pois a triste realidade é que todos gostamos de nos mostrar no nosso melhor e aparentar a vida perfeita, afinal quem nunca tentou impressionar alguém de quem não gostava? Acredito que se contam pelos dedos de uma mão quem nunca o fez em algum momento da sua existência e não nos vamos martirizar, isso não faz de nós nem melhores nem piores, apenas nos torna humanos.
O grande problema desta dinâmica de consumo, é esta conotação, quase descartável que passamos a dar às coisas.
Para mim o pináculo da elegância é Coco Chanel, é uma mulher apaixonante, com uma história de vida riquíssima, cheia de lutas e desafios, existem duas frases dela que gosto particularmente, uma é 'A minha vida não me agradava, então eu criei a minha vida', o poder desta frase é incrível, nela está resumido o nosso poder sobre a nossa própria vida e tem sido quase que uma filosofia de vida minha perante os últimos acontecimentos . 'A moda passa, o estilo permanece', esta é a segunda citação que eu mais gosto dela, porque indica exactamente qual o caminho e o rumo a seguir. Temos de deixar de consumir as mesmas coisas, passarmos a ser originais, passarmos a comprar menos mas melhor, é claro que este género de produtos serão mais caros, mas serão sustentáveis e mais importante, não provêem de trabalho infantil, de trabalho exploratório, de trabalho sem condições e com cargas horárias de 14/16 horas diárias.
Vamos passar a investir na originalidade, em produtos nacionais, a vestir peças por nós idealizadas e feitas, por exemplo, na costureira local ou então, vamos passar nós a produzir algumas das nossas próprias peças e se não soubermos, vamos aprender com alguém.
Nesta quarentena tenho feito isso, tenho tricotado camisolas, para mim e para a minha filha, cachecóis e devo confessar que tem sido absolutamente terapêutico, aliás um dos vestidos de verão que eu mais amo foi-me costurado pela minha mãe num tecido por mim escolhido, no modelo que eu desejei. E essa peça é uma das mais especiais na minha colecção de roupa, exactamente por ser única, porque não há outra igual e par mim ser elegante é isso, ter estilo e ser único.
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