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Foto do escritorgoncalves sara

Mas afinal, qual o caminho?


Para onde queres ir? Uma pergunta tão simples e uma resposta tão complexa.

Infelizmente no ritmo acelerado do dia-a-dia, não nos permitimos a parar um segundo que seja, para reflectirmos exactamente, naquilo que queremos para a nossa vida.

Esquecemos-nos do nosso propósito, do combustível que alimenta o nosso ser, da motivação que nos faz levantar da cama todos os dias.

Vamos permitindo a entidades externas que decidam a nossa vida e negligenciamos uma coisa chamada livre arbítrio. O poder de mudarmos a nossa vida está nas nossas mãos e o nosso pior inimigo é o nosso cérebro, somos os principais responsáveis pelas barreiras e limites que nos auto-impomos, porque simplesmente temos medo de tentar e falhar. Falhar faz parte, falhar torna-nos mais fortes, faz-nos crescer, evoluir e prepara-nos para um voo maior.

E agora, neste retiro forçado dou por mim a perguntar-me, qual a minha paixão? o que é que eu mais gosto de fazer quando não estou a trabalhar? Se não precisasse de ganhar dinheiro o que faria? Qual a minha lista de desejos? O que é que eu quero experimentar? O que é que eu quero fazer antes dos 40?

Enfim, a lista de perguntas prolonga-se, no entanto, todas elas vão de encontro ao mesmo, O que é que eu quero para a minha vida e onde é que me imagino daqui a alguns anos?

Para mim a resposta é simples, eu sei exactamente o que me faz feliz, a minha família, daqui a alguns anos, imagino-me com mais dois filhos numa casa ou num apartamento com um terraço para ter as minhas ervas aromáticas, no entanto, não é só isso que me preenche, eu amo viajar.

Nos últimos anos, tenho dado por mim a arranjar uma série de desculpas para não o fazer, seja pela falta de tempo, seja porque opto antes por dar uma escapadela a Portugal ou até mesmo, porque houve um mês em que gastei demais e o dinheiro não estica as desculpas somam-se e a verdade é que vou deixando para um amanhã que nunca mais chega algo que amo fazer.

Por isso, quando todo isto terminar e podermos voltar a sair e passear de novo, conhecer, viver é algo que não vou voltar a deixar para o amanhã, porque se hoje fosse uma das infortunadas pessoas que morrem devido a este mal fadado vírus, não teria feito, nem vivido tudo o que queria com a minha vida, seria uma vida incompleta.

E é isso que eu espero, espero, que neste confinamento forçado aprendamos que o amanhã pode ser tarde demais e que podemos ser felizes com tão pouco.

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